Meu blog: luz e poesia

Parece que Blog é o casamento das palavras inglesas web e logWeb, rede e log o registro de um fazer, com palavras: escrever. E no meu caso, escrever sobre a própria escrita, já que na fotografia escrevo com a luz.

Começo então me divertindo, pois amo tanto escrever, que fotografo ou amo tanto fotografar, que escrevo. Chego a sentir aqui a vibração de quem reencontra um caminho conhecido, por onde não passava há tempos. Sensação de estar em casa. Já sinto as rimas me abraçando e vou logo me lembrando do quanto só rimo pra des-rimar, pois me encanta construir da mesma forma que desconstruir. Tenho feito com as fotos o que sempre fiz com os versos. Inicia-se uma vida de poeta rimando por rimar, pra se sentir poeta. Mas depois, descola-se dos finais das palavras, pra se mergulhar nelas. Não que se deixe de rimar, mas é que as rimas vão ficando cada vez mais preciosas.

E estou assim mesmo, na fotografia: numa desconstrução das minhas cenas, para nelas encontrar minhas palavras-chaves, as palavras que me dizem quem sou. Quero ler minha poesia e me sentir em cada verso, em cada pausa. Assim também com as minhas fotos, espero nelas me reconhecer. Espero com elas escrever um pouco sobre quem vejo e um pouco sobre mim e, ainda que em algum momento, eu me sinta rimando com as imagens, o que espero com minha escrita fotográfica é, antes de tudo, dizer sobre o não dito, sentir com meus vazios, os vazios de quem se entrega ao meu olhar. Pois como diria minha amiga Clarice Lispector:

“Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas”.

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